sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Déjà-vu


Por Priscilla Rios

A vida, definitivamente, é cíclica. Ainda bem porque, às vezes, nem quando o caos se repete a gente aprende com ele. É a época de falar sozinha o tempo todo, pensar a mesma coisa o dia inteiro, não produzir nada que preste e colecionar conselhos.

Completely lost, o real e o manipulado pela mente doentiamente apaixonada se misturam e ganham dimensões dramáticas. “E agora, como viver sem ele??” Até um urso é capaz de te dar instruções mais simples, mas você só escuta a idade batendo na porta. Pensa: “já estou ficando velha, mal consigo ouvir”. Com essa desculpa lavada, não escuta nada nem ninguém. Sai com o mapa na mão, esperando uma luz no fim do túnel.

Pegar a estrada de novo, depois de um relacionamento em flagelos vai do entediante ao desespero. “E se não aparecer ninguém montado no cavalo branco?” “E se acumularem mais sapos nas prateleiras? E se começar a me contentar com isso?”

Vai ser a mesma ladainha de sempre, com direito ao pacote completo. Sonhar de novo, se iludir de novo e entregar de mão beijada seus maiores planos. Você pensa: “Porque isso só acontece comigo? Que graça tem nesse déjà-vu?”

A resposta fermenta ao lado... no criado-mudo. Pra mais tarde (.... colocar a dentadura no copo e...) poder rir de tudo isso.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Full for youuuuu


Por Priscilla Rios

Como é duro dar o braço a torcer. Admitir, engolir seco e voltar atrás. Nada parece ser como antes, o cristal já rachou, a mágoa praticamente criou raízes, mas entre o pensar e o balbuciar há um abismo tão grande que quase perde o sentido tocar na ferida.

O certo e o errado perdem a razão, a inocência de antes ganha ares devassos e todas as palavras soam com duplo sentido.

Se a culpa é um fardo duro de carregar, o orgulho é um fardo levado a sério demais pra ser deixado de lado. Tudo pesa em dobro na balança e deixa duplamente dividido.

E mesmo quando você já sabe a resposta, fazer o certo é sempre muito mais difícil. Requer mais do que coragem (e é facilmente confundido com humilhação), requer força de vontade + 100% certeza. Todo mundo quer ter 100% certeza antes de tomar uma decisão DEFINITIVA. O problema é que essa “certeza” raramente conhece a DEFINIÇÃO dos 100%.

Se arriscar, dar o braço a torcer e se jogar de costas na incerteza, sem saber se o feedback será positivo ou negativo parece tão louco e tempestuoso do que simplesmente “deixar a vida me levar”.

Ai ai.. se a gente tivesse o dom de simplificar as coisas. Mas basicamente - assim como é mais fácil fazer o errado - complicar sempre parece mais simples. É com essa ilusão de simplicidade que a gente vive quebrando a cachola, tentando desentortar pau que nasce torto... atando e desatando nós como quem resolve aprender crochê da noite para o dia, sem saber exatamente o quê estamos construindo ou destruindo.