terça-feira, 5 de outubro de 2010

Meu pinguinho de gente


Por Priscilla Rios

Nasceu. Tudo mudou. Os horários, as cores, as roupas, a alimentação, o tempo. O ar cheira a flor de laranjeira. O medo transpira bravura. O corte do cordão umbilical é só o primeiro laço que sentimos apertar no peito. E esse laço vai ficando mais justo no primeiro chororô, no primeiro sorriso, no primeiro bico, no primeiro segurar de dedos.

Seus olhos arregalados me dizem tudo o que sempre quis ouvir e seu bocejar traz uma paz que vai de uma porta a outra da casa. Se há chuva na janela, é poesia. Se há sol, é música. Há um novo sentido no revoar da cortina dançando com o vento e no orvalho que repousa na grama.

Sigo andando pela casa e meus passos já não pertencem a meus pés, caminho com o coração.

Cheiro a leite o dia todo e me orgulho de ser o seu perfume preferido.

Agora se respiro fundo é só pra você ouvir minha respiração e dormir melhor. O seu sono é a minha paz e o seu despertar é a minha força.