sábado, 11 de julho de 2009

O homem genérico

Por Priscilla Rios
Uma amiga chorou quatro horas porque o homem genérico está em falta nas prateleiras (quem tem não empresta, não vende e não usa que é pra não gastar). Eles devem ter entrado em promoção e praticamente esgotado. Quando encontra um com todas as qualidades (que preenchem seus sonhos de consumo) detalhadas na bula, você nem acredita e espalha por aí o seu achado. Se tivesse dois levava dois por precaução.
Parece negócio da China, mas esse homem dos sonhos custa caro.
Isso porque o ser humano é complicado. Afinal ser “humano” ainda é recente. Viajando um pouco mais na História, inclusive o termo “pessoa” não significava em princípio ser humano. “Persona significava a máscara usada pelos atores para tornar a voz vibrante e sonora. Depois a palavra passou a indicar o ator mascarado ou o personagem por ele representado. (...) Só mais tarde o vocábulo foi empregado para designar o homem em sentido genérico.”. (Alberto do Amaral Jr)
Se caiu a máscara eu não sei, mas está difícil achar o genérico nas rodinhas sociais. Ou eles aprenderam a atuar agora ou representavam muito melhor no passado... ai se a gente pudesse voltar no tempo... só ia ter hipocondríaco nesse mundo.

Um comentário:

Delasnieve Daspet disse...

GOSTO MUITO DOS TEUS TEXTOS...
são profundos - levantam a indagação - curtos - vc tem o poder da síntese.
dd