quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Saga das Grávidas – parte 4 – Força Motriz


Por Priscilla Rios

A minha vida está no sétimo mês, evoluindo aos poucos e rapidamente, assim mesmo contraditoriamente. Tenho construído pontes entre o egoísmo e a bondade, usado o atalho dos extremos com mais frequência do que costumo. Meu ponto de equilíbrio físico e emocional mudou eu diria uns 30cm, o tamanho do meu neném. Essas turbulências e calmarias, inquietudes e quietudes, loucura e tranquilidade plenas tem me feito sentir viva nesses 7 meses. Até porque contraditoriamente falando (tenho usado muito essa palavra ultimamente) acho que no auge da minha frenética vida emocional cheguei a conclusão que perdi o direito físico de morrer. O clichê “alguém depende de mim” virou realidade. E essa realidade me chuta literalmente, de manhã – tarde – noite, para um mundo de sonhos, onde fico fantasiando momentos que quero compartilhar com meu filho. E antes mesmo dele nascer noto que ganhei um franzir de testa. Movimento involuntário que normalmente aparece quando reflito sobre questões cruciais entre um xixi e outro. E assim como quem acha que pode resumir sete meses em um dia e em pouco mais de 15 linhas eu encerro esse texto. Coisa típica de mãe de primeira viagem, pensar que pode tudo – pelo meu filho agora vou bater no peito e encarar o mundo se preciso for – mas ao mesmo tempo continuar subindo numa cadeira toda vez que vê uma barata. E para não dar o gostinho doce da última palavra desse texto a barata, encerro com força motriz. Afinal a gente não pode parar.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Saga das Grávidas - parte 3 - Medos Sonoros


Por Priscilla Rios

Colocar uma pessoa nesse mundo oscila entre tatear a imensidão do desconhecido e suar frio o pavor da incapacidade. Será que vou conseguir ser o melhor de mim? Será que o melhor de mim basta? Será que terei o equilíbrio para medir palavras e projetar atitudes corretas? Saberei eu amar e educar sem corromper princípios nem substantivos?  

O mundo nesse mar de dúvidas não é mais singular para mim. Nesse momento sou dois. Penso por dois. E minhas prioridades estão em outra frequência. Quanto maior o meu silêncio a essas perguntas, mais alto os decibéis dos meus medos.

Primeiro filho? Help me Google!