segunda-feira, 19 de maio de 2014

Livros para se preparar para a maternidade

Todos sabem, ler é uma ótima maneira dos papais também se prepararem para a paternidade.

Também considero leitura obrigatória a obra das inglesas Tracy Hogg e Melinda Blau, "Os Segredos da Encantadora de bebês". Aliás, gosto tanto que estou sempre consultando e por isso vocês verão muitas dicas da autora deste livro sendo repassada neste blog contextualizadas, é claro, a partir da minha experiência pessoal. Abaixo, veja a capa da trilogia. O de capa cor de rosa é para bebês recém nascidos até três meses. Já o da esquerda dá uma pincelada sobre os três primeiros meses e segue até por volta dos três anos. O do meio é o último da trilogia e enfoca com mais profundidade a idade de 1 a 3 anos, com o bônus de algumas dicas extras.

 Outro livro de cabeceira é o do De Lamare. É antigo, porém não menos útil em suas considerações.

E o que estou lendo agora também é ótimo, é o livro da americana Pamela Drukerman em sua jornada como recém chegada a França e como mãe de primeira viagem. A sensibilidade e pesquisa dela combinam muito bem com as teorias apresentadas no primeiro livro que mencionei, "Os Segredos da Encantadora de Bebês". Bem, ela revela os segredos parisienses na criação dos filhos. Parece que por lá as crianças são rotineiramente bem comportadinhas, mas não entenda isso como robóticas não. Elas simplesmente não fazem um drama ou uma novela a cada não que recebem, nem comem jogando metade da comida no chão do restaurante, nem se jogam no chão do supermercado. Vale a pena ler.

Bem, com pelo menos estas obras em casa você pode ter certeza de que SIM VOCÊ VAI DAR CONTA DO RECADO. Digo isso em caixa alta, ou melhor, em alto e bom som, porque esta é uma dúvida recorrente em grávidas de primeira viagem e, por vezes, até mesmo o excesso de leitura acaba contribuindo para o nó na cabeça e o aumento da insegurança.. você pensa: "nossa mas é tannnnnnta coisa que eu terei que fazer!!!! Será que eu vou dar conta de criar bem um ser humano". Então relaxe, porque é tudo a seu tempo. E se puder comece a leitura da Encantadora de Bebês enquanto ainda estiver grávida, porque teoricamente, terá mais tempo agora do que depois que o bebê nascer. Então, após o nascimento você pode ir consultando direto os capítulos, conforme suas dúvidas.
Como minha mãe não mora na mesma cidade, aquelas dúvidas bobinhas que a mãe da gente poderia responder sem titubear o livro responde bem, e responde até de madrugada, naquele momento em que parece que só você está acordada e é geralmente nessa hora imprópria que você mais precisa de um conselho.

Mamães afoitas e tranquilas, preparem-se e disfrutem.

Um copo cheio de amores vazios

O amor vem até nós de diversas formas, mas nem sempre o sentimos da forma como ele chega. As vezes parece que nada acontece em nossa vida, que ficamos congelados no tempo, só a nossa idade avança, só o nosso relógio biológico caminha e parece mesmo que só a vida dos outros caminha.
Aqueles amores de verão, avassaladores, que tiram o fôlego, são carregados de momentos oportunos cheios de declarações  e de momentos inusitos que terminam, claro, da forma mais poética possível. A vida dos outros, como nos filmes, sempre chega até a nossa imaginação como um conto de fadas realizado, pronto e acabado. É como se a pessoa tivesse o privilégio de viver aquilo que a gente passa a vida sonhando.
Nos sentimos como formiguinhas construindo um castelo que ao por do sol vai se destruir com a chuva. No dia seguinte começamos tudo de novo, acreditando que desta vez vai dar certo, que agora é a hora do nosso reinado, finalmente.
Passamos nossa vida amorosa assim. Tudo começa com o primeiro romance. O primeiro amor parece ser único, você sente na pele a atração e o entusiasmo de cada encontro. Cada encontro é como se fosse o primeiro e o último. Cada lágrima que rola leva um pedaço de nós mesmos. É uma paixão ingênua que se perde no tempo, como a própria ingenuidade.
Depois vamos ficando mais egocêntricas, mais cheias de si, mais seguras do que não queremos no próximo relacionamento. Não queremos promessas tolas, queremos príncipes encantados.
O cavalo branco não chega com o segundo príncipe. Ele tem tantos atrativos e traz um relacionamento mais maduro que o primeiro. Mas será ele o príncipe encantado?
Buscamos mais, queremos tudo o que o conto de fadas prometeu. O cavalo branco, a armadura, o olhar apaixonado, as declarações em público e em privado, os encontros e o casamento e lua de mel de realeza. Depois, filhos fortes, saudáveis e lindos. Não cumprir este protocolo é uma ameaça a tudo o que fomos ensinadas a acreditar.
Mas os amores vão passando. Os príncipes vão virando sapos, as carruagens vão virando abóboras e vamos criando um jardim – entre sapos e abóboras-  de amores vazios.  Vai ficando mais difícil confiar, mais difícil se entregar, mais difícil conviver e compartilhar. O que começou com uma soma e virou multiplicação, vira divisão e subtração.
Mas quando é que o príncipe vai chegar? O relógio vai gritando tic tac, o seu tempo está acabando para cumprir o protocolo. Talvez tenha que pular etapas, talvez tenha que avançar sinais. Mas e o romantismo? Não vai se perder pelo caminho?
A busca pela perfeição vai ficando mais permissiva, vamos aceitando alguns defeitinhos básicos, entendendo que os príncipes devem ser assim mesmo, afinal nós princesas também também colecionamos uns defeitinhos, nada grave aos nossos olhos. Vamos esperando por príncipes menos príncipes.
Vamos pesando cada relacionamento como se eles fossem vazios, fossem perdas de tempo. mas se olharmos para trás vamos ver o quanto aprendemos. A importância da ingenuidade do primeiro olhar, da conquista do primeiro beijo, da confiança da primeira entrega, da maturidade do primeiro término, a culpa da primeira traição, o peso da indiferença na primeira rejeição, a imaturidade da primeira explosão emocional, o medo de perder o que parece certo, a coragem de trocar o certo pelo duvidoso. Nossas escolhas vão nos moldando, nos ensinando, nos tombando e levantando, vão enchendo o nosso copo e nos dando um porre de realidade.
Será que o que estou vendo é o que parece que é? Duvidamos de nós mesmos, então como não duvidar dos outros? Nós mesmos nos enganamos de propósito ou sem propósito tantas vezes. Vamos nós mesmos criando também barreiras na fabricação protocolar de nossa felicidade. Horas tentamos burocratizar o que sentimos, prometendo para nós mesmos que desta vez não vamos pular etapas. Será um jantar apenas, sem cama depois. Uma coisa de cada vez. O medo de se entregar antes que o outro se entregue é o rege toda a burocracia. Será que não nos entregamos porque não estamos prontas ou porque ele não é o certo para nós?

Mudamos o script várias vezes, , cada vez com um protagonista diferente.  Mudamos a ordem burocrática dos encontros, sexo antes ou só depois do casamento, antes ou só depois do terceiro encontro. Mudamos de roupa, penteado, de guarda-roupa, de casa, de país e as mesmas perguntas nos acompanham sempre, são perguntas cíclicas para uma vida com episódios cíclicos. Será que estamos prontas para ouvir nossas verdades? E o que há de novo no recorrente de nossas vidas? Nós mesmos.  Se não mudarmos tudo se repete. É como uma vez escutei, “para me tornar quem eu quero preciso abdicar de quem eu sou”. Um brinde a isso e aos copos vazios após a ressaca de experimentar amores cheios.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O fatídico desmame

O desmame já foi objeto de estudo em 1950, com a teoria "do desastre primeiro" explicando o trauma e a primeira grande frustação da criança, parar de mamar no peito. Para muitas mães também não é fácil admitir que o leite acabou ou que a criança cresceu, ou que terá que voltar a trabalhar e que por isso, mesmo tendo leite e estocando boa parte no freezer, terá que praticar o desmamamento.
O interrompimento deste ato supremo de amor, "dar de mamá", não significa um amor menor, de jeito nenhum! Nem pense nisso! Mas se não bastasse esses conflitos internos, ainda vem dúvidas ainda mais persistentes, por exemplo, como fazer o desmame de forma mais gradual ou menos sofrível? Qual o tempo certo para o bebê?
Pode-se ir diminuindo gradativamente, dar uma mamadeira ou copinho após o almoço e manter as mamadas da manhã e da noite, na hora de dormir, por enquanto. Aliás prepare-se, você também psicologicamente para o desmame, porque este não deve ser feito do dia para a noite. De acordo com o livro "Mil dicas para entende seus filhos de 0 a 7 anos", de Harry Ifergan e Ricca Etienne, se feito abruptamente pode causar na criança choro ininterrupto, distúrbios do sono, recusa da mamadeira e até depressão, nos casos mais extremos.
Mas quando desmamar?
De acordo com Tracy Hoggs no livro "Encantadora de Bebês", leitura que eu recomendo a todos, mamães e papais, bem o bebê está pronto para desmamar se:
1 - estiver com 5 ou 6 meses de idade (acho particularmente que quanto peito você puder dar melhor, mas se TIVER que desmamar o ideal é pelo menos 6 meses quando o risco de alergias começa a diminuir. De acordo com o livro, estima-se que entre 5% e 8% das crianças menores de 3 anos tenham alergias alimentares legítimas. Os prováveis culpados são frutas cítricas, claras de ovos, leite de vaca, trigo, castanhas como nozes e castanha do pará, marisco, peixes. Não quer dizer que você não deva introduzir esses alimentos, mas quando introduzir dê primeira vez em pequena quantidade e espere 15 minutos antes de dar todo o alimento. Assim descobrirá se seu filho tem ou não alergia e não vai precisar correr para o hospital como eu, que tive que correr com meu filho a primeira vez que comeu banana prata, teve choque anafilático por conta de 5 colheradas pequenas. Pois é! Banana, quem dirira! Bem, mas alergia é um outro tópico. Voltando à amamentação...);
2 -  Ele/ela parece faminto (a) durante o dia ou acorda no meio da noite para mamar (seu leite pode não estar mais sendo suficiente, mesmo ele já almoçando e jantando)
3 - Ele demonstra interesse pelo alimento que você está consumindo (ele observa você atentamente e com a boca aberta estica a mão para pedir para provar. Em um capítulo a parte neste blog falarei sobre a maneira gradual de apresentar os alimentos ao seu filho.)

Retirei ainda do site Bebê Abril os seguintes parágrafos:

Que tipo de leite devo dar no lugar do leite materno?
O leite materno pode continuar sendo oferecido no copinho ou na mamadeira. As alternativas são as fórmulas especiais em pó, que hoje em dia são semelhantes ao leite materno, enriquecidas com vitaminas e de fácil digestão para o organismo infantil. O pediatra pode indicar qual a melhor marca. Um bebê com menos de 1 ano jamais pode ser alimentado com o leite de vaca, mais difícil de digerir e com grande risco de causar alergias.

Estou desmamando e meu filho está muito irritado. Por que isso acontece?
O bebê pode ficar irritado durante o desmame, pois sai de uma situação conhecida e confortável (o peito da mãe) para outras que não conhece e que são um desafio: a mamadeira, o copinho, as papinhas. Até descobrir que essa troca é prazerosa, ele pode chorar, ficar manhoso e requisitar mais a mãe. Afinal, o desmame nada mais é do que um desligamento. 

Bem é isso! Podemos voltar a esse tópico se tiverem mais dúvidas!


sábado, 8 de junho de 2013

Apetite e dentição: um truque que deu certo


Quando meu primeiro filho nasceu, o Benjamin, percebi que ele não ganhou peso no mês do nascimento dos dentes, aos 7 meses. Ele simplesmente fechava a boca para a papinha. Cheguei a achar que eu fazia uma péssima papinha. Hoje, a Lavinia estando com 8 meses, volto novamente à fase da dentição e ao dilema da dor e consequente recusa para comer. Para driblar essa situação, tive uma ideia baseada num artigo que sugeria colocar os mordedores da criança no freezer antes de oferecê-los, assim aliviaria as dores da gengiva. Enfim, me ocorreu que se os brinquedos gelados aliviavam a dor, a papinha gelada poderia ser uma alternativa viável. Desde então os problemas com alimentação nesta fase de dentição reduziram drasticamente. Ela só se recusa a comer se estiver muito cansada, como toda criança, ou se tiver mamado poucas horas antes da refeição principal (o chamado lanchinho fora de hora atrapalha toda a refeição, por isso fique atenta para ver se o problema é mesmo a dentição ou se não são aqueles "lanchinhos" oferecidos fora de hora).
No caso da Lavinia noto que ela precisa de 3h a 4h de jejum entre uma refeição e outra. Se eu oferecer algo a ela a cada duas horas por exemplo, ela vai ficar só beliscando o dia todo e não vai comer nada em quantidades significativas. Portanto, separar bem os horários de refeições e preencher este tempo vago de 3h a 4h com atividades ajuda a aumentar o apetite.
Então, fica a dica, em época de dentição a papinha na geladeira pode ser a solução.

A Saga da Maternidade

Ilustração de Pamela Kerry

Ser mãe envolve uma dinâmica emocional e racional muito complexa. Quando descobre que está grávida você pensa, uau, será que eu vou dar conta de criar bem criado? (assim como minha mãe o fez?)
Bem, meses depois, aprendendo todo dia uma coisa nova (junto com eles, e devo dizer, mesmo lendo muito, muita coisa vem instintivamente) achamos até que já podemos ensinar. Isso porque de certa forma os bebês, apesar de suas diferenças de personalidade parecem - olhando de longe -, todos iguais no comportamento padrão de ação e reação. Então - dois filhos depois - e sem a pretensão de achar que sei de tudo, mas tendo consciência de que algumas coisas estão mais claras do que antes, resolvi abrir um espaço aqui no Expressivas para expressar as descobertas da maternidade. Para as que estão "esperando", acompanhe o Saga das Grávidas. E para as que já embarcaram na aventura física e emocional da maternidade, siga também Saga da Maternidade.
Espero que as dicas sejam úteis e facilite sua vida no papel de mãe/pãe/ avós/palpiteiros honorários...

Abraço e seja feliz,
Priscilla Rios