Por Priscilla Rios
As mulheres têm uma fase que consiste em jogar tudo pro alto. Quando apaixonadas elas são capazes de se jogarem de cabeça em um relacionamento e, claro, jogar tudo pra cima por aquela pessoa: a casa, a cidade onde mora, a profissão e algumas sacrificam até a família e amigos.
Depois que a paixão ganha consistência e solidifica com o dia-a-dia, a convivência atrai discussões bobas e cíclicas, aquelas que a gente sabe que não nos leva a nada... então quando começa a ficar cansativo e os argumentos repetitivos, a gente desenterra coisas antigas e dá um novo vigor à discussão com acontecimentos empoeirados. Aí entra aquela famosa frase: “e aquela vez que você fez isso, isso e isso..............”. A gente nem lembra mais ONDE nem QUANDO, afinal já faz tanto tempo que os fatos estão embaralhados na cabeça, mas o que importa é que ficou aquele incômodo engasgado, aquela mágoa pontiaguda. Aí até a constituição entra no meio da história, com clichês convincentes como “direitos iguais”. Pra dramatizar um pouco mais, a gente preenche as brechas da história (que não lembramos no calor do momento) com uma interpretação séria e compenetrada, cheia de caras e bocas.
E aí vem o momento culminante da cena, mais uma vez é hora de jogar tudo pra cima: “se você quiser a gente TERMINA AGORA”. Essa chantagem na maioria das brigas quase nunca é levada a sério, mas um dia cansa e a outra parte indignada com a sua facilidade de rasgar o passado resolve por pura petulância aceitar a proposta. Assim, de uma hora pra outra, praticamente cospe na sua cara uma resposta SOLENE e ao mesmo tempo FÚNEBRE: “Tudo BEM. Então VAMOS TERMINAR”. Isso vem como uma flechada cortante ao coração. Significa que você tem que matar imediatamente todo aquele amor fulminante dentro de você e jurar que dessa vez ele morreu. Ou melhor, morreu PARA SEMPRE.
Em segundos, já não lembra mais que tem pernas, braços e sequer quais as funções dos mesmos. Flutua do carro até o portão de casa sem ver nem ouvir nada. A cabeça faz viagens alucinantes entre “que burra que eu fui ao fazer essa proposta estúpida” e “já que ele quer assim, então é assim que vai ser”.
O orgulho vai perdendo a voz conforme a saudade e o desespero aumentam. Aquele nó na garganta cresce conforme o movimento sorrateiro do ponteiro marcando o tempo. Sequer tem espaço para respirar. A dor emocional se materializa e se espalha no físico. As pupilas dilatam, as pálpebras incham, os olhos inundam e a boca seca. O ouvido só escuta as batidas aceleradas do coração, que nesse momento já subiu pra cabeça. A morte nunca pareceu tão perto. A dor no peito é tão forte, que o coração – que no passado já sucumbiu em chamas de delírio e amor - agora arde nas cinzas.
A ausência de um plano “B” e a inesperada aceitação da proposta goela abaixo é de tirar o chão. Você cai. E a queda sem fim nesse abismo parece doer mais do que propriamente o impacto no chão. É quase uma desintegração em queda livre. Até que você resolve se dar uma chance e se pendura no primeiro galho que vê pela frente, um amigo. Em segundos ele te encoraja, te dá força, chama pra sair, mostra que tem vida após a morte.
Daí, você só pensa NELE nos intervalos das risadas, nos intervalos dos programas e durante conversas entediadas. Suspira fundo querendo vê-lo na primeira oportunidade (pensa até em criar a oportunidade, planeja, simula, combina) e também de não vê-lo nunca mais.
Depois, começa a achar que tudo o que houve entre vocês foi ilusão e alucinação juntos. Tão sem importância que ele foi capaz de jogar tudo pra cima, ou melhor, de aceitar sua PSEUDO proposta de jogar tudo pra cima. Será que nenhum neurônio falou pra ele que você estava blefando????
E da forma inesperada como ele saiu ontem da sua vida, ele aparece hoje. Implora pra voltar. Aí você aproveita... dá aquela lição; fala tudo o que tem pra falar, morder e beliscar com palavras (ele nem revida). Em seguida, o cobre de beijos e reforça esse desmedido amor com suspiros, abraços apertados e cochicha no ouvido clichês apaixonados. Resolve tudo com o batido, eficiente e enxuto “te amo”.
Depois que a paixão ganha consistência e solidifica com o dia-a-dia, a convivência atrai discussões bobas e cíclicas, aquelas que a gente sabe que não nos leva a nada... então quando começa a ficar cansativo e os argumentos repetitivos, a gente desenterra coisas antigas e dá um novo vigor à discussão com acontecimentos empoeirados. Aí entra aquela famosa frase: “e aquela vez que você fez isso, isso e isso..............”. A gente nem lembra mais ONDE nem QUANDO, afinal já faz tanto tempo que os fatos estão embaralhados na cabeça, mas o que importa é que ficou aquele incômodo engasgado, aquela mágoa pontiaguda. Aí até a constituição entra no meio da história, com clichês convincentes como “direitos iguais”. Pra dramatizar um pouco mais, a gente preenche as brechas da história (que não lembramos no calor do momento) com uma interpretação séria e compenetrada, cheia de caras e bocas.
E aí vem o momento culminante da cena, mais uma vez é hora de jogar tudo pra cima: “se você quiser a gente TERMINA AGORA”. Essa chantagem na maioria das brigas quase nunca é levada a sério, mas um dia cansa e a outra parte indignada com a sua facilidade de rasgar o passado resolve por pura petulância aceitar a proposta. Assim, de uma hora pra outra, praticamente cospe na sua cara uma resposta SOLENE e ao mesmo tempo FÚNEBRE: “Tudo BEM. Então VAMOS TERMINAR”. Isso vem como uma flechada cortante ao coração. Significa que você tem que matar imediatamente todo aquele amor fulminante dentro de você e jurar que dessa vez ele morreu. Ou melhor, morreu PARA SEMPRE.
Em segundos, já não lembra mais que tem pernas, braços e sequer quais as funções dos mesmos. Flutua do carro até o portão de casa sem ver nem ouvir nada. A cabeça faz viagens alucinantes entre “que burra que eu fui ao fazer essa proposta estúpida” e “já que ele quer assim, então é assim que vai ser”.
O orgulho vai perdendo a voz conforme a saudade e o desespero aumentam. Aquele nó na garganta cresce conforme o movimento sorrateiro do ponteiro marcando o tempo. Sequer tem espaço para respirar. A dor emocional se materializa e se espalha no físico. As pupilas dilatam, as pálpebras incham, os olhos inundam e a boca seca. O ouvido só escuta as batidas aceleradas do coração, que nesse momento já subiu pra cabeça. A morte nunca pareceu tão perto. A dor no peito é tão forte, que o coração – que no passado já sucumbiu em chamas de delírio e amor - agora arde nas cinzas.
A ausência de um plano “B” e a inesperada aceitação da proposta goela abaixo é de tirar o chão. Você cai. E a queda sem fim nesse abismo parece doer mais do que propriamente o impacto no chão. É quase uma desintegração em queda livre. Até que você resolve se dar uma chance e se pendura no primeiro galho que vê pela frente, um amigo. Em segundos ele te encoraja, te dá força, chama pra sair, mostra que tem vida após a morte.
Daí, você só pensa NELE nos intervalos das risadas, nos intervalos dos programas e durante conversas entediadas. Suspira fundo querendo vê-lo na primeira oportunidade (pensa até em criar a oportunidade, planeja, simula, combina) e também de não vê-lo nunca mais.
Depois, começa a achar que tudo o que houve entre vocês foi ilusão e alucinação juntos. Tão sem importância que ele foi capaz de jogar tudo pra cima, ou melhor, de aceitar sua PSEUDO proposta de jogar tudo pra cima. Será que nenhum neurônio falou pra ele que você estava blefando????
E da forma inesperada como ele saiu ontem da sua vida, ele aparece hoje. Implora pra voltar. Aí você aproveita... dá aquela lição; fala tudo o que tem pra falar, morder e beliscar com palavras (ele nem revida). Em seguida, o cobre de beijos e reforça esse desmedido amor com suspiros, abraços apertados e cochicha no ouvido clichês apaixonados. Resolve tudo com o batido, eficiente e enxuto “te amo”.
3 comentários:
Adorei esse texto, conseguiu captar os sentimentos mais profundos de alguém q já passou ou que um dia poderá passar. Mais do que expressivo, é o reflexo dos sentimentos de um apaixonado.
É, mais as vezes tudo acaba, e as atitudes, ameaças, e palavras ditas deswtroem tudo, destroem uma vida, uma vida de dedicação....
Tem razão anônimo, não dá pra ficar jogando as coisas para o alto por pura raiva. A frequência com que as ameaças são feitas acabam esvaziando o seu propósito. O último parágrafo desse texto é praticamente uma pitada de sorte e de muito empenho de ambas as partes, afinal é mais fácil construir algo do zero do que mexer na ferida e reconstruir.
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