segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Devaneios infelizes sobre a felicidade


Por Priscilla Rios
Até onde o ser humano se permite ser feliz?
Difícil responder essa questão sem entrar de cabeça em um devaneio profundo.
A gente acha que ser feliz depende apenas de fatores externos, mas não. Na maioria das vezes nós mesmos não nos permitimos vivenciar tudo o que sempre sonhamos. Como os pais, que ficam adiando “aquela” viagem por conta dos filhos pequenos e depois que crescem adiam porque não querem ficar longe dos netos e depois, porque se sentem velhos demais pra fazer esse “tipo de coisa”.
E qual namorado já não ficou emburrado porque a namorada passou a tarde longe e à noite quando ela quis ficar perto, ele inventou um programa igual, só pra dar o troco na mesma moeda?! Pra que simplificar se a gente pode complicar né?
E quando o final de semana está chegando ao final, o Fantástico já está no ar, e a gente já começa a entrar em um clima de ansiedade e agonia porque vai começar tudo de novo. Bobeira, claro! Mas, levanta a mão quem nunca sofreu de véspera.
E quando a gente programa cada milímetro do feriado e no final todo mundo fura e você fica se sentindo um lixo. Ao invés de partir pra outra, a gente enumera os culpados e fica remoendo aquilo até aparecer alguma coisa realmente interessante pra fazer.
Isso sem falar quando tudo vai bem: o trabalho, o relacionamento, os amigos, a família - acredite existem dias assim – mas você acha que está faltando alguma coisa, reclama e no final arranja um jeito de terminar o dia triste, se sentindo culpado por reclamar de barriga cheia. Ou pior, sente aquele frio na barriga básico de que quando tudo está muito bom algo ruim vai acontecer em seguida e, claro, fica maquinando as “n” possibilidades do que pode dar errado. Doideira, alucinação. Eu sei.
Desfrutar a felicidade sem culpa do que os outros vão pensar ou invejar e, principalmente, sem medo é algo tão ou mais difícil do que conquistar a felicidade. Talvez por isso é que no final nos restam apenas a soma de momentos felizes, e quase nunca, dias inteiros de felicidade.

Um comentário:

Dani Morisson disse...

Nossa...já tinha esquecido de como é bom te ler! Tanto humor, doçura, perspicácia...e o melhor: tudo na medida certa! Passar os olhos por essas linhas só faz acrescentar mais motivos a minha já enorme lista de motivos pra dizer: Eu te amo amiga!